A questão da conservação de associados

 

 

PDG ANTONIO DOMINGOS ANDRIANI

Março 2018

 

           

Muito se tem escrito, falado e comentado sobre o porquê de tantos associados se desligarem dos Lions Clubes.  Peço licença para meter minha colher no angu.

 

            Se o Clube não proporcionar ao associado, principalmente quando recém-admitido, a oportunidade de experimentar aquilo que está procurando e se não se sentir satisfeito, com certeza vai procurar outro lugar para ter a chance de servir voluntariamente.

 

            Pesquisas indicam que cerca de 50% dos nossos associados deixam o Lions nos três primeiros anos de ingresso.  As seis principais razões apontadas são:

 

            - Falta de planejamento do Clube.

            - Reuniões longas e não cumprimento de horário.

            - Falta de envolvimento junto à comunidade.

            - Falta de espírito de equipe.

            - Falta de liderança do Presidente.

            - Formação de grupinhos, igrejinhas e panelinhas.

 

            Quais são os antídotos para sanar essas falhas?  Vou tentar resumir e da forma mais sucinta possível.

 

            Sobre a falta de planejamento do Clube:   Peter Drucker, em uma de suas obras, afirmou que “o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas sim a implicações futuras de decisões presentes”.  É a síntese perfeita da questão!

 

            Sobre reuniões longas e não cumprimento de horário:  Reuniões produtivas, objetivas, interativas e participativas são importantes para o bom funcionamento e sucesso de qualquer Clube.  Quanto ao horário, bem, ele foi feito para ser cumprido.

 

            Sobre a falta de envolvimento junto à comunidade:  A probabilidade de um associado deixar o Clube é bem menor quando ele tem participação ativa e pode exercer sua liderança.

            Sobre a falta de espírito de equipe:  Quando se trabalha em equipe todos se beneficiam:  o associado, o Clube, o Distrito, o Lions Internacional e, principalmente, a comunidade.  Com trabalho de equipe as ações alcançam maiores horizontes e ficam mais suaves, pois a responsabilidade pelo sucesso é de todos.  Uma equipe é um time de pessoas que têm o mesmo objetivo.

 

            Sobre a falta de liderança do Presidente:  o Presidente é o líder maior do Clube.  Deve e precisa usar o martelo sempre que necessário.  Não deve ser omisso, porém não deve tomar partido em assuntos polêmicos.  Não deve permitir discussão de assuntos alheios aos objetivos e projetos do Clube.  Deve delegar tarefas, sem abdicar da responsabilidade.

 

            Sobre grupinhos, igrejinhas e panelinhas:  Isso pode ser evitado desde que todos os associados se sintam integrados ao grupo e envolvidos nos assuntos de interesse do Clube.  Não deve existir no Clube o grupo do NÓS ou o grupo do ELES, mas sim o grupo do NÓS SERVIMOS.

 

            Não podemos tapar o sol com a peneira, pois a realidade dessas falhas, infelizmente, ainda é constatada em muitos dos nossos Clubes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Invocar a Deus é um monólogo de fé, que inspira cada um e conduz a todos para os mais elevados pensamentos e ideais.  Existem centenas, milhares de belíssimos textos que servem para esse momento de inspiração e reflexão.  Todos são válidos e importantíssimos!

 

            No leonismo, porém, existe uma “INVOCAÇÃO A DEUS” oficial.  É uma prece que, no início das reuniões, os associados fazem pedindo amparo para os trabalhos que vão encetar.  O autor dessa Invocação foi o CL Pedro Afonso Mibielli de Carvalho, Governador 1960/61 do então Distrito L-Centro-2 e igualmente Presidente do CNG 1960/61.  Seu texto foi aprovado por Resolução do CNG durante a 8.ª Convenção de Lions Clubes do Brasil, realizada em Porto Alegre, RS, em maio de 1963.  A melhoria do texto da redação foi proposta pelo CL Mário Simões Mendes, do LC de Campinas, SP, e aprovada como recomendação pelo CNG 1981/1982, durante a 29.ª Convenção de Lions Clube do Brasil, realizada em Balneário Camboriú, SC, em maio de 1982.  Sua redação oficial é a seguinte:

 

            “SENHOR, nós Vos agradecemos o estar aqui reunidos, para nos conhecermos melhor e, assim, poder servir melhor os nossos semelhantes.

            Dai-nos a humildade, a sabedoria e a força necessárias para cumprir nossos deveres com entusiasmo e tenacidade.

            Dai-nos a bondade e a tolerância, para respeitar a opinião dos demais e alimentar a aspiração de todos de servir a humanidade.

            Protegei nossa grande família leonistica, a qual trabalha, hoje e sempre, pelo culto da amizade, do amor ao próximo e do serviço desinteressado.

            Velai, SENHOR, pelos destinos do Brasil e bendizei nosso trabalho.

            Assim seja!”

 

            Em muitas publicações leonísticas que circulam pelo Brasil, como revistas e boletins de Clubes, nominatas de Clubes e Governadorias, entre outras, está havendo uma deturpação do texto oficial da “Invocação a Deus”, com alterações desvinculadas do texto original, inclusive com a repetição da expressão “Senhor” em todos os parágrafos.  O que é louvável, mas não é correto, pois difere do documento original.

 

            É preciso começar a pensar com seriedade sobre os textos dos documentos oficiais do leonismo.  Assim, como colaboração, estou sugerindo que providências sejam tomadas por quem de direito para que haja uma correta divulgação do texto oficial da “Invocação a Deus” do leonismo brasileiro.