A edificação do Leonismo

 

 

PDG ANTONIO DOMINGOS ANDRIANI

Março 2018

 

            As edificações precisam ser construídas em bases sólidas.   Os edifícios, de acordo com sua destinação, merecem atenção especial no que diz respeito à área construída e materiais a serem empregados, das fundações à cobertura, tudo meticulosamente executado de acordo com o projeto que foi elaborado, fruto de estudos de especialistas como arquitetos, engenheiros, decoradores e outros.

 

            Depois de construído, o edifício geralmente é inaugurado com grande festa e anúncios pela mídia.  Mas, e depois?   Depois de construído, e durante sua utilização, o edifício precisa ser conservado para enfrentar os danos que o tempo poderá lhe causar.  Ora é uma parede que apresenta rachaduras.  Outras vezes é o telhado que acusa infiltrações.  Regularmente a pintura precisa ser refeita.  Enfim, tudo aquilo que o tempo e o uso lhe deixarão como marcas.  Um dia, talvez, necessite passar por uma reforma, para melhor se adaptar a novas situações que mudanças estruturais ou conjunturais venham a impor.  Só assim continuará sendo útil para a finalidade a que se propôs.

 

            As instituições, assim como as edificações, necessitam ser construídas em bases sólidas.  As instituições merecem as mesmas atenções dispensadas à construção de um edifício.  O projeto precisa ser bem delineado, devidamente aferidos os meios para executá-lo, dentro de um cronograma que deve ser rigorosamente cumprido para a otimização dos recursos que são sendo empregados.  Após colocada em funcionamento, fazer tudo para que a instituição cumpra as finalidades a que se propõe.  E, para mantê-la coerente com os seus princípios, cuidar para que se tenha os meios indispensáveis à sua permanência, tal e qual foi idealizada.  As instituições, do mesmo modo que as edificações, também são passíveis de transformações:  novas propostas, aperfeiçoamento daquilo que já foi feito, acompanhando a dinâmica que o próprio tempo sugere.  São as mudanças que a natureza indica e solicita com insistência.

 

            E um LIONS CLUBE, como instituição que é, não pode se desviar da referida conceituação.  Teve um preparativo para sua fundação, com designação da sua área de atuação, escolha dos associados e os projetos de atividades.  Tudo foi cuidado para que a entidade atinja e cumpra seus objetivos, mantendo-se fiel aos propósitos estabelecidos na filosofia que foi a base de tudo.

 

            Todo Lions Clube é sustentado por três pilares que devem ser bem construídos e conservados.  São essas três colunas que irão suportar toda série de embates a que a estrutura estará sujeita ao longo do tempo.  Estamos nos referindo à FILOSOFIA, ao COMPANHEIRISMO e ao SERVIÇO.  Toda eficiência e eficácia que se pretenda para obter a excelência de resultados que o Clube deve buscar atingir será o resultado da conjugação desses três elementos.

 

            Tantas vezes Clubes são fundados, tantos novos associados são admitidos, mas que não duram por muito tempo.  Faltou-lhes a segurança na construção daqueles pilares e na sua manutenção.  Os pilares da filosofia, do companheirismo e do serviço que não forem convenientemente alicerçados serão rapidamente corroídos e não conseguirão sobrepujar as adversidades a que estarão expostos.

 

            A pintura que revela para o exterior o que é a beleza do leonismo, se manchada ou corroída, transmite uma impressão desagradável a quem dele se acerca.  Rachaduras e infiltrações na edificação de uma célula leonística provocam danos até irreparáveis.

 

            O que se observa em muitos Clubes, infelizmente, é o desprezo que vem sendo dado para a manutenção daqueles pilares de sustentação.

 

            Precisamos descobrir quais os componentes da “argamassa” necessária para ser utilizada pelos Clubes e que sejam capazes de enfrentar a ação do tempo.

 

            O respeito a todos os elementos que constituem a base da filosofia leonistica, o exercício de uma conduta coerente com os salutares propósitos do companheirismo, e a prática de um serviço que apresente resultados reais, se não observados pelos Clubes, certamente darão como destino um grupo de Leões mal formados e mal conduzidos, que fatalmente levará ao aumento da lista de ex-Leões, já tão numerosa.  E não podemos esquecer da péssima imagem que transmitirão para as comunidades.

 

            Se podemos afirmar que a filosofia, o companheirismo e o serviço são pilares de sustentação do leonismo, poderemos definir, também, que essas três colunas representam o princípio, o meio e o fim para a excelência do nosso movimento.

            Por tudo isso, estimados Companheiros, Companheiras e Domadoras, precisamos ser realistas com relação ao movimento leonístico.

 

            A afirmação do “construir e não destruir” contida em nosso Código de Ética pode perfeitamente nos levar à figura da manutenção e da conservação que é objeto desta nossa mensagem.

 

            Há necessidade de uma análise crítica e sincera sobre nossa realidade!

 

            Por falta de manutenção, muitos Clubes desmoronaram e foram ao chão.  Existem outros Clubes que, igualmente por falta de manutenção em seus três pilares, estão prestes a desmoronar.

 

            Se Deus nos der forças e permitir, pretendemos voltar a fazer considerações individuais sobre esses três pilares básicos do leonismo:  a filosofia, o companheirismo e o serviço.

 

            Cada um de nós precisa ser um operário e dar sua contribuição na manutenção e conservação do seu próprio Clube, pois somente assim, com uma ação prática e efetiva, é que poderemos, juntos, contribuir para o exercício de uma atividade leonistica coerente com os princípios que nos foram transmitidos por Melvin Jones e seus legítimos seguidores.

           

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quero deixar consignado, para análise e considerações dos estimados Companheiros Leão, Companheiras Leão e Domadoras, dois aspectos que considero verdadeiros legados do protocolo leonístico.

 

            REPETIR E NÃO REPETIR, EIS A QUESTÃO.  Tornou-se protocolar, no final de cada assembleia leonística, o dirigente da solenidade solicitar que algum Companheiro Leão ou Companheira Leão faça a leitura da “Oração pelo Brasil” ou da “Oração Final”.  Ambas têm texto altamente significativo e exalta os ideais do nosso serviço desinteressado.  Existe, porém, um fato que vem deslustrando o protocolo leonístico.  A “Oração pelo Brasil” deve ser repetida pelos presentes.  A “Oração Final” não deve ser repetida pelos presentes.  Dessa forma, quando alguém for convidado para proferir a “Oração pelo Brasil”, deve se dirigir aos presentes e dizer: “por favor, repitam comigo”, e ler a mensagem pausadamente para que todos possam acompanhar seus enunciados.  Infelizmente ainda existem muitos membros da nossa família leonística (inclusive altos dirigentes) que, ao ler a “Oração Final”, ainda pedem que os presentes repitam seus enunciados.  Vamos corrigir enquanto é tempo!

 

            NINGUÉM NA FRENTE DA BANDEIRA DO BRASIL.  Hoje em dia, nos eventos leonísticos distritais, talvez por motivos logísticos, quase já não há mais a solenidade de hasteamento das bandeiras.  O que se tem feito, atualmente, é a realização da solenidade de homenagens às bandeiras no próprio recinto das plenárias.  O suporte com as bandeiras é colocado em posição estratégica e os dirigentes leonisticos se postam à frente dos diversos pavilhões.  Durante a solenidade, e normalmente após a execução do Hino Nacional, alguém é destacado para fazer a saudação ao Pavilhão Nacional.  É nesse momento que ocorre uma aberração ao protocolo leonístico.  Enquanto a saudação é feita, os dirigentes leonisticos continuam postados à frente das bandeiras, ocultando-as quase que por completo.  Quando é feita a saudação à Bandeira do Brasil, ninguém pode ficar colocado à sua frente.  Ela deve ficar livre e solta para que possa ser saudada condignamente.  Nesse caso, e antecipadamente, o condutor da solenidade deve informar aos dirigentes que participam do ato para que, antes de ser iniciada a saudação à Bandeira do Brasil, eles se desloquem do lugar em que estão e se coloquem ao lado do suporte onde estão as bandeiras, deixando principalmente a do Brasil completamente visível para todos os presentes.  Vamos corrigir enquanto é tempo!

 

            É o meu ponto de vista.