MENSAGEM
AOS EDITORES EM CAMPINAS – 2/9/2017 –
PDG José Aristóteles
Falcão
Ao longo da caminhada que marca nossa
vivência como Leão ativo na rede da comunicação leonística,
aliados ao hábito de gostar de comunicação de forma geral, assistimos a criação
de novas ferramentas, novas mídias, na linguagem profissional, fazendo com que comprovassêmos o potencial de voluntariado de inúmeros
leões editores capazes e verdadeiros amantes da causa dos jornais, boletins,
revistas de Lions e do Concurso Nacional de Publicações Leonísticas.
Assistimos, igualmente, a velocidade das
mudanças no setor da comunicação tradicional e quanto ela tem provocado uma
inevitável transformação no mundo. E com o advento das redes sociais, novas
plataformas surgiram exigindo maior versatilidade. Não são apenas os editores
de jornais, boletins de Lions ou jornais de grande circulação que estão
preocupados, ou melhor, procurando se reinventar. Neste cenário também as
agências de propaganda trabalham não apenas para se reinventar, mas para
mostrar aos anunciantes que a integração tradição e modernidade são benéficas
para todos.
Conosco, é dado ponta pé inicial e
experimental no Regulamento do 44º. Concurso Nacional, com os boletins
impressos e também na forma virtual caminhando e concorrendo lado a lado, com a
exigência, claro, de que as publicações virtuais tenham no mínimo um exemplar
impresso para a compreensão e análise da Comissão do Concurso, bem como a
inscrição regulamentar. Vemos a integração como um movimento irreversível e natural
e que ambos produzem notícias.
Nesse cenário, a
participação dos veículos de comunicação é fundamental para ajudar na
manutenção do status quo de Lions Clubes Internacional e por conseqüência dos
Clubes, que formam a base da pirâmide da Associação.
Evoluir é preciso,
até porque, no âmbito profissional, na Europa, já se fala na criação de um
imposto para cada robô, a fim de que os recursos daí provenientes sirvam para a
aposentadoria dos trabalhadores humanos que perderão os seus empregos com a
robotização.
Nesse admirável
mundo novo que estamos vivendo, está na ordem debater o futuro dos jornais
impressos e do jornalismo online. Os impressos vão acabar? O segundo garantirá
a escala de negócios que, até hoje, os jornais mantiveram na comunicação? Permaneço
entre aqueles que não crêem no fim do impresso, por considerar, sobretudo, que
na comunicação a dinâmica é de acumulação, não de substituição. Os jornais não
vão acabar, assim como não acabaram o rádio, a televisão, o cinema. Os livros
impressos não vão acabar só porque é possível lê-los passando os dedos numa
tela composta de eletrodos transparentes e substrato de vidro. No caso dos
livros, mesmo aqueles que previam um mundo sem papel já consideram que eles vão
continuar – são leitura, por exemplo, de uma geração exclusivamente digital. No
caso dos jornais impressos, as previsões que antes prognosticavam seu fim para
amanhã já aponta para um horizonte mais distante – lá para os confins de 2050.
Adaptação, adaptação, adaptação, é assim que
se sobrevive. Alguns de nós mais veteranos na editoração, devemos aprender a
conviver e darmos as boas-vindas aos companheiros editores que por uma ou outra
circunstância foram obrigados a partir para o digital.
Entendemos que entre o impresso e o digital
há mais espaço para a complementaridade do que imaginam os seguidores
radicalizados de Gutenberg, Zuckerberg e Bill Gates,
este, a propósito, em que pese sua genialidade, previu o fim dos jornais para o
início dos anos de 2000.
Por fim e por essa expressão de inquietação
manifestada com o pequeno número de boletins inscritos no certame, repetimos
trecho de artigo que escrevemos há cerca de quinze anos; “aceitemos o desafio
de sairmos de dentro de nós, dos nossos clubes, de dentro dos nossos boletins e
caminhemos até aquele companheiro editor de um boletim que já encerrou sua
participação no mundo dos boletins vivos, daqueles que estão produzindo
boletins virtuais, para restaurarmos os coirmãos, conquistarmos outros, no
sentido do convencimento da ressurreição do símbolo da comunicação leonística e restaurando a prática histórica, porque o
Lions precisa de notícias e de história. O jornal impresso fica e o digital o
complementa.
Obrigado.