José
Zapolla
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Eu
estava em um desses Pesque-pague, passando o tempo e tentando fisgar algum
peixe para completar o lazer ... O dia estava mais para as vítimas
(os peixes) do que para os pescadores. |
Dos oito que
lá estavam, apenas um tinha obtido sucesso, fisgando um peixinho
que mal se equilibrava no anzol. Já passava das três horas
da tarde, e desde cedo estávamos ali, teimosamente "brigando "com
os peixes e nada. De repente, chegou um senhor cuja cabeça estava
coberta por um boné. Vara de bambu na mão, sentou-se distante
dos que lá estavam, logo na entrada do pesqueiro. Olhou para um
lado, para o outro e lançou o anzol na água. Não marquei
no relógio, mas não se passaram nem dois minutos e ele fisgou
um tremendo peixão, para desespero e inveja de todos nós
que há tanto tempo tentávamos sem sucesso.
Mais um tempinho
e outro peixe. E mais outro. E outro ...
Espere aí!
Quem é esse homem? Que segredo ele tem para pegar tantos peixes,
enquanto nós não pegávamos nada? De longe não
dava para reconhecer a figura, o máximo que dava para perceber era
que ele não era grande, e que se tratava de uma pessoa bem humorada,
pois a cada peixe que fisgava, vibrava intensamente. Deixei minha vara
de lado, e como quem não quer nada, fui me aproximando ... Eu precisava
saber quem era aquele personagem.
Quando
chegou ao lado dele, ele acabava de fisgar mais um peixão. Solícito,
peguei o "coador" para ajudá-lo a retirar sua presa, aproveitando
para puxar conversa. Qual não foi meu espanto ao reconhecer o misterioso
(e sortudo) pescador: Era o "Zé Padeirinho, o sr. José Zapolla". Engoli a inveja e uma
imensa alegria tomou conta de mim. Alegria por ver o "seu Zé" dando
um show na gente.
Eu não
sabia de mais esta virtude do "seu Zé": um excelente pescador!
Conhecia sim,
suas outras tantas virtudes, por exemplo, foi um dos melhores sorveteiros
que já vi. Lá pelos anos cinqüenta não tinha
um dia em que os garotos que saíam da escola não iam direto
comprar os famosos picolés do "Zé Paderim". Aquele picolé
de côco queimado era uma delícia! Até hoje não
vi nada igual!
Mas ele era muito mais que os sorvetes
que produzia.
Embora tivesse o apelido inscrutrado na pele, por trás do sorveteiro
existia um homem de personalidade maravilhosa, o cidadão José
Zapolla. Existia o marido da "dona" Isaura Rebechi Zapolla, o pai da Meire,
da Derley, do José Carlos, do Douglas, da Vera Lúcia e da
Áurea Beatriz, e seria também da saudosa Dalva, que infelizmente faleceu com apenas um ano de idade. A esse "dream team" juntaram-se genros e noras:
José Flávio Correia (Covinha), José Carlos Nori, Marimar Valente Zapolla,
Maria Tarcília Pereira Zapolla e José César Ricci. Juntaram-se também 11
netos ( Evandro, Juliana, Rodrigo, Rose, Valéria, César, Marcos, Monica, Roberta, Renata e Marcelo ) e agora 13 bisnetos ( Lohana, Amanda, José Carlos, Evandro, Felipe, Gabriel, Giovana, Marcelo, Marilia, Mateus, João Pedro ), sendo que o último a chegar foi o Mateus, filho da Monica e do Marcelo
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Depois
da família, e dos sorvetes, sua outra grande paixão era o
Clube Atlético Bandeirante, além do mais querido, SÃO PAULO F.C., paixão futebolistica que passou aos filhos José Carlos e Douglas. Mais de cinqüenta anos de dedicação
ao seu time do coração fizeram com que ele merecesse o honroso
título de Sócio Honorário que lhe foi concedido em
16 de agosto de 1983.No seu querido C.A.B. ele foi de tudo, desde roupeiro, técnico, Presidente. O famoso Bar do Padeirinho foi durante
um largo tempo, o tempo da rivalidade sadia, o tempo do amor ao clube pela tradição de sua camisa, o quartel general do clube, onde nas noites
após as vitórias, as alegrias eram divididas, ou então, após as derrotas, a tristeza era compartilhada.
Quem não se lembra do quadro de avisos do clube no bar, que era o meio de comunicação do clube com os seus atletas e torcedores ?
Mas isso
não basta. Conhecedor do exemplo de cidadão que foi ao longo
da vida, o ex-prefeito Aildo Furlan, no apagar das luzes de sua administração,numa justa e reconhecida homenagem àquele que ainda hoje,
mesmo com o peso dos anos, continua a amar e defender o querido tricolor,
deu o nome de José Zapolla à uma magnífica praça,
localizada em frente ao estádio do seu querido C.A.Bandeirante, possibilitando
que, para todo o sempre, esse exemplo de homem e cidadão seja reconhecido.
A solenidade de inauguração da praça aconteceu no
dia 22 de agosto de 1995.
As homenagens
não param. Quando da inauguração das arquibancadas
do Clube Atlético Bandeirante, a uma lance das novas instalações foi dado
o nome de um dos seus mais tradicionais e fiéis súditos,
José Zapolla.
Realmente, homenagem das mais reconhecidas, justas e perfeitas para um homem simples, trabalhador, que conseguiu formar uma familia exemplar,
com os seus 6 filhos podendo ser considerados vencedores nesta batalha da vida : MEIRE, casada com o bancário José Flávio Correa, com 2 filhas, vive em Ribeirão Preto-SP;
Clarice Derlei, casada com José Carlos Nori, proprietário de uma rede de supermercados em Batatais e Altinópolis, com 5 filhos e 5 netos; José Carlos, bancário aposentado e comerciante estabelecido
em ALEGRE-ES, com 3 filhos e 4 netos; Vera Lúcia, casada com José César Ricci, contabilista dos mais conceituados em Ribeirão Preto, com 1 filho; Antonio Douglas, casado com Maria Tarcilia Pereira Zapolla,
fotografo/video, residente em Brodowski e Aurea Beatriz, solteira, formada em Tecnologia de Alimentos, professora da Universidade de Barretos, reside atualmente em Campinas-SP.
Como se percebe um familia trabalhadora, unida e vencedora.
Apenas
um adentro faço questão de fazer: em cada placa, em cada
homenagem, que junto dos respeitados nome e sobrenome (José Zapolla),
seja inscrito o apelido "Zé Padeirinho". Os quatro: o homem, o nome,
o sobrenome e o apelido fazem parte de uma quinta porção,
a cidade de Brodowski, e como tal merecem caminhar sempre juntos.
"José Zapolla, durante a 52a. Corrida de São Silvestre, em 31/12/2001 sendo homenageado pela Prefeitura Municipal, gestão Antonio José Fabbri,
por ter participado da 1a. São Silvestre de Brodowski, em 31/12/1937, e também de várias outras.Na foto, ao lado do Prefeito Antonio José Fabbri, de José Romero Borella, Organizador do evento e Osni Martins, coordenador da tradicional Corrida, considerada uma das melhores do nosso estado.
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